É bastante comum antagonizarmos quem pensa
diferente da gente e, comumente arrogamos para nós mesmos a razão que julgamos
possuí-la. Às vezes com essa postura arrogante, melindramos até mesmo a boa
convivência com as pessoas que nos
cercam e, cerceamos a oportunidade de expandir a nossa visão ao desconsiderar o
contraditório. Essa postura é uma baita tolice.
Para a defesa de uma ideia ou de um
ponto de vista com o propósito de gerar convencimento é necessário sobretudo, respeitarmos o
oposto. Quando defendemos algo, somos inclinados a querer que todos pensem como
nós, e até nos irritamos quando alguém
corajosamente ergue a mão e diz: Eu discordo! E, pior ainda, quando esse ser do
contra, apresenta uma contestação que nos parece jogar por terra o que foi
dito. Por que agimos assim se podemos contra argumentar? Devemos entender que uma contra argumentação
pode provocar uma solidez ainda maior de uma ideia inicial. Se estivermos
seguros e embasados, por que não desejar uma manifestação contrária? Agora, se
não estamos seguros, naturalmente vamos ficar chateados e até odiar o opositor. A insegurança gera stress
que gera dificuldade de racionalizar. Nos induz a falar alto e até mesmo de
demonstrar intolerância. Lata cheia não
faz barulho! Quem tem conteúdo e está seguro no que diz, geralmente é sereno, é
tolerante, é convincente e considera bem vinda uma ideia contraditória.
Devemos aprender a lidar
diariamente com quem pensa diferente, agindo com prudência e equilíbrio. Isso
vale para nossa vida familiar, social, religiosa e profissional. Imagine
você numa sala com 40 alunos e você é o professor. A sala é climatizada
e você está com o controle do ar condicionado em suas mãos, então você
pergunta: Tá quente? E todos respondem que está quente. Essa unanimidade quer dizer que realmente
está quente. Vamos imaginar que você coloque o ar em 15°c e ai você pergunta: Está frio? E todos
respondem que está frio. Isso quer dizer que de fato está frio e você não está
com febre! Daí você resolve aumentar os graus do ar para 22°c e se arrisca e pergunta: Quem acha que está
frio? Então, 20 pessoas levantam a mão e, você prossegue: Quem acha que está
quente? As outras 20 pessoas levantam a
mão. Esse é o ponto de equilíbrio. Aí deverá permanecer a temperatura do
ambiente. Os polos são sempre perigosos,
e a virtude está no meio. Por isso é necessário que achemos o ponto de
equilíbrio.
Na nossa vida profissional, o
paralelo não deixa dúvidas. O nosso esforço deverá ser pela procura do ponto de
equilíbrio. Dificilmente vamos agradar a todos, ainda mais quando estamos no
cargo de liderança. Se os extremos são ruins, o desafio é achar o
meio.
Lidar com seres humanos não é
tarefa fácil! E, no mundo corporativo predatório, o conhecimento, habilidade e
a atitude da competência, oriundos da nossa graduação é pouco quando não
consideramos alguns critérios e características do comportamento humano. Razão pela qual, conhecemos muitos gestores
que fracassaram à frente de suas equipes. Na Enfermagem absolutamente não
é nada diferente. Percebemos muita
fraqueza de líderes, o que faz levar o caos aos ambientes de trabalho. Estes,
jamais atingirão os alvos por eles propostos e a sentença do fracasso é
garantida.
Ao longo da minha vida
profissional, tenho visto muitos
coordenadores sem noção da responsabilidade e do papel que representam.
Líderes com séria dificuldade de ouvir os mais fracos e refutar os mais fortes,
que são intolerantes com quem acham que são intolerantes e não sabem lidar nem
trabalhar com as ideias contrárias. A insolência destrói a sua vida
profissional, pelo que talvez uma dose
de humildade e empatia mudasse todo o curso de sua trajetória de ruína. Já vi colegas assumirem postos de chefia que
mais pareciam macacos em loja de louça! E, aprendi muito e aprendo com esses maus exemplos. Sou
grato a eles!
Por onde quer que formos,
encontraremos alguém que discorde de nós, e isso é bom se toda unanimidade é
burra! E, é sempre bom trabalhar com quem pensa diferente! Imagine se todos pensassem
da mesma forma? Se todos fossem como você? Imagine um time de futebol. Se todos fossem
goleiros no seu time, quem iria armar jogada? Quem iria marcar o gol? Se uma
equipe de trabalho é um time, eu como Técnico preciso agregar as ideias e
habilidades de cada um extraindo o melhor para a busca do resultado proposto. Talvez
você pergunte: E o que fazer com os sujeitos “ sem noção” das ideias
estapafúrdias? Ainda assim, devemos dá-los o direito de expressar o que na
cabeça deles talvez seja algo genial ou a melhor ideia do mundo! E a você que lê este post, poderá concordar
plenamente, concordar parcialmente ou discordar frontalmente com o que eu
disse. Cabe a mim, respeitar o seu ponto
de vista. Discordar não é criar discórdia e sim colaborar.