domingo, 9 de fevereiro de 2014

PROBLEMAS COMPLEXOS EXIGEM SOLUÇÕES COMPLEXAS


Ao fazer um extrato dos principais fatos que marcaram a semana, me deparo com um caso marcante, objeto de veiculação exaustiva nos telejornais brasileiros. Trata-se da médica cubana Ramona Matos Rodrigues que deserdou, abandonando o seu posto de trabalho no Pará e o recém criado programa Mais Médicos do governo federal,  indo para Brasília em busca de asilo político, onde foi acolhida pelo partido Democratas-DEM, em especial pelo parlamentar e médico Ronaldo Caiado. (Prato cheio para a oposição).
 
Nas manifestações de rua em Julho do ano passado, fruto de uma crise aguda de representação política, uma das principais queixas da população foi a saúde pública. O governo então, lançou estrategicamente o programa mais médicos, que  vinha sendo fermentado pelo Partido dos Trabalhadores - PT, e que deu muito e  está dando o que falar, em especial, entre as entidades médicas e partidos de oposição.
Se o programa que, segundo dados do governo, tem a aprovação de mais de 70% da população, é imprescindível para este momento, tenho cá minhas dúvidas, devida a superficialidade com que foi pensado.
 
É notório que a saúde nunca foi prioridade de governo neste país. O problema na saúde é muito mais profundo do que a priori se imagina. Não é algo tão simples que dá pra resolver com um toque de caixa e pronto! Seria o mesmo que tentar tratar fratura exposta com esparadrapo.
 
Muito se tem falado em médico, má distribuição  e falta destes profissionais no interior do Brasil. Mas, cadê uma política séria para poder fixa-los no interior? Cadê um plano de carreira no SUS,  o piso salarial nacional? Ademais, a saúde não é feita só por médicos. E os outros profissionais? não são igualmente importantes? 
 
Quero dizer que sou apaixonado pelo SUS. Quem o detesta ou não o aprova, sugiro que volte um pouco na história e veja como era feita a saúde antes de 1988. Entretanto, entendo que, o sistema é um campo em construção e que obviamente precisa avançar. Os governos precisam encarar os problemas  com mais seriedade e menos politicagem. Atribuir tudo à falta de médicos apenas,  fazendo com que população acredite na "panacéia" encontrada e, tentar se eximir da responsabilidade não é o caminho.  Governar apenas de olho na urna (isso vale para todos os partidos políticos) não é para nós sustentável, não é alto, não pode ser aceitável!  Precisamos exigir soluções duradouras, ainda que os problemas sejam complexos.

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